Ao meu gosto

Eu ainda gosto,

mas ele não gosta mais.

Disfarço meu desgosto

olhando pro lado oposto

ao que ele está.

Gosto e desgosto do meu gosto pelo outrem.

Gosto pela solidão,

desgosto por tê-lo

(e ao mesmo tempo não)

Não gosto da impressão de abraçar o ninguém.

Tenho desgosto de memorizar o rosto

e as expressões que nele há.

É coisa meio vulgar

(e de todas a pior)

eu decorar cada parte dele

como se fosse uma só.

Meu bem já não anda pelo caminho de costume,

não sente mais ciúme e

nem é como antes.

Só tenho percebido que existem os instantes

porque a falta dele faz lembrar.

O amor amado só, não existe e é findo,

ninguém resiste á dor e a solidão de amar sozinho.

Porém, meu amor é infinito e existe,

e eu subsisto nesses momentos (que insistem)

em não passar.

Incertos e difíceis de domar

são os minutos terríveis

que impedem do tempo correr

e do olhar se cruzar.

Meus olhos nos seus,

nunca os seus nos meus.

Por que será?

SkyFolks
Enviado por SkyFolks em 05/05/2012
Código do texto: T3650828
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