Meu poema novo
Rebusquei meu arquivo de poemas velhos
E todos tinham amarelado um pouquinho;
Atos sonhado e tantos que foram falhos,
Flores despetaladas e muitos espinhos...
Aí encarei o desafio de uma página branca,
Para dar de beber a um poeta com sede;
Sem busca ou convite eis que bem franca,
Lá estava a cor viva de dois olhos verdes...
Meus novos poemas estão todos viciados,
Não me ponho a ocultar essa dependência;
Pelo mesmo mote todos eles são iniciados,
E sempre pulsam numa mesma frequência...
Ver sonhar e querer, alimentam esse vício,
E gritar poesia, são meus olhos vermelhos;
Um mais cuidadoso, com óculos disfarçaria,
To nem aí pra disfarce, eu encaro o espelho...
Ousado, atrevido, quase sem nenhum medo,
Ora vou pra vida, outra pro sonho eu venho;
O querer está desnudo escrito, não sei se lido;
E o único medo, é perder , e ainda não tenho...
Tua visão aniquila outra vista que seja bonita,
Pois outro encanto, pertinho de ti não tem;
Dê asas pois à caliente mulher que te habita,
E eu prometo cuidar de tua menina também...