Toda a carne que habita o teu corpo,
Treme em febre num desejo absoluto;
 Irresoluto, membros agem no automático,
Desafiando um perigo absurdo.
 
Mira o céu, procurando uma guarida,
Mas desabam, tontos olhos, na investida;
Revestida de muralha, tenta uma saída,
Mal percebe a alma já absorvida.
 
Finas teias te suspendem marionete,
A mercê desta loucura envolvente;
Comovente, me permito piedade,
Mas também estou perdido na corrente.
 
Seguem vítima e algoz na mesma sina,
Revezando-se entre beijos e lamurias;
Lamentando o destino que nos guarda,
Só nos resta entregar-nos a luxuria.
 
 

 
Ita poeta
Enviado por Ita poeta em 04/05/2012
Reeditado em 10/05/2022
Código do texto: T3649959
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