Quatro Cordas de Amor

Entre um silêncio e outro,

Vagarosamente ela escorre do olhar,

Criando mais um veio, um apelo,

Um feitiço tocando macio, baixinho,

Pelas cordas do violino!

Solitariamente,

A mão descreve o corpo, as cores,

O sorver das notas brincando com a brisa

Quase que num desatino singular,

Maestria, poesia... A melodia d’alma!

Ainda faltam outros versos para a madrugada

Entrar e divagar o que viu junto ao crepúsculo,

Deixando as águas para o beijo do luar!

Pela janela,

A claridade rompe a penumbra,

Espalha sofreguidão misturas sentimentos

Amenizando a dor comungando com a escrita

Feita de riscos e rabiscos do anoitecer!

Oh! Verbos de outrora,

Digam-me onde estão meus avessos,

Minhas letras vão todas para o relicário!

Quero continuar conjugando o amor,

Fonte da palavra eleita dentro do peito,

Instrumento do seio e do desejo de amar!

Auber Fioravante Júnior

02/05/2012

Porto Alegre - RS