É POSSÍVEL MORRER DE AMOR...? ( em prosa)

Se se morre de amor...? Já perguntava o poeta. Não, quando apenas de amar se brinca. Quando se diz amar por vaidade, por beleza da palavra AMOR, ou tão-somente por querer conquistar, dizer palavras bonitas, palavras que voam e que soam como pássaros e músicas, que posam, calam e embalam corações que verdadeiramente buscam um grande AMOR.

Se se morre de amor...? Positivamente não, quando de amar se diz apenas um cismar ou mesmo um desejar; momento a sós, regalo a dois; prazeres e delírios que alimentam fantasias de corpos em extasia; embate corporal, lascidão, coisas que se vão logo ao despertar, que nada tem com o coração.

Se se morre de amor...? Talvez, quem sabe. Seria necessário mais que amar assim. Quem sabe um desbravar de um rio sem fim; quem sabe Riobaldo e Diadorim, um pouco de denodo e intrepidez, quem sabe até estupidez. Um tantinho de medo, por que não? Tremular, agitar, pressurar, sublevar o coração; simplesmente morrer de emoção.

Ah...desse amor, desse amor provavelmente se morre. Quando esse amor de longe nos descasca num primeiro e último estágio, ditando nosso adágio; de amor profundo, enraizado, rasgado, colhido à fresca. Primaveril. Nascido do calor de um coração ardente, puro e febril, que se abre e em seguida se fecha, colhendo para sempre uma semente sem germinação, antes se sucumbe em DOR, decepção...

DESSE AMOR SE MORRE.

É POSSÍVEL MORRER DE AMOR...

Liss Martins

Liss Martins
Enviado por Liss Martins em 02/05/2012
Código do texto: T3646215
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