A SERENATA DA CHUVA
A dança incansável dos pingos
Fazem serenata no telhado
O hálito da chuva na vidraça
Deixando o visor embaçado
Escrevendo uma nova história
Presa nos labirintos da memória
Mergulhando no mar do passado.
Sonhos rasgados pelo frio
Esta estrada é o meu destino
O tempo passando de repente
Para todos nós, um desatino
Quero te fazer muito feliz
A felicidade urgente de aprendiz
Nos sonhos dourados de menino.
Sem poder olhar para traz
A dor incrustada no sorriso
Debochado da companheira
Petrificada na porta do paraíso
Evitando o desejado renascer
Proibindo a alegria crescer
Justificando não ser preciso.
Meu coração que jurou liberdade
Sucumbe na alta velocidade
De uma estranha estrada
Das migalhas da humildade
O bem que não se precisa
Chuva borrando o pára-brisa
Escondendo de mim a felicidade.