A SERENATA DA CHUVA

A dança incansável dos pingos

Fazem serenata no telhado

O hálito da chuva na vidraça

Deixando o visor embaçado

Escrevendo uma nova história

Presa nos labirintos da memória

Mergulhando no mar do passado.

Sonhos rasgados pelo frio

Esta estrada é o meu destino

O tempo passando de repente

Para todos nós, um desatino

Quero te fazer muito feliz

A felicidade urgente de aprendiz

Nos sonhos dourados de menino.

Sem poder olhar para traz

A dor incrustada no sorriso

Debochado da companheira

Petrificada na porta do paraíso

Evitando o desejado renascer

Proibindo a alegria crescer

Justificando não ser preciso.

Meu coração que jurou liberdade

Sucumbe na alta velocidade

De uma estranha estrada

Das migalhas da humildade

O bem que não se precisa

Chuva borrando o pára-brisa

Escondendo de mim a felicidade.

Antonio dos Anjos
Enviado por Antonio dos Anjos em 02/05/2012
Código do texto: T3645644
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