SAUDADES DO IMPOSSÍVEL
Eu sinto falta das ternuras agressivas digitando enlevos
Dos teus relevos invadidos por minha descontrolada ousadia
Da noite que virava dia enquanto platéia aplaudindo nossos desejos
Sinto saudades daqueles beijos - insanidade tua que tanto me queria!
Quisera revolver o atropelo das épocas vindouras e sucessivas
Até perder as lutas vencidas se fosse esse o preço do regresso
Viver um reingresso às tuas curvas que são hoje proibidas
Aos teus ouvidos balbuciar cantigas de alucinado afã expresso!
Pra devolver aos lábios teus a sensação que deles nunca se apartou
Para brindar com cálices de amor esse destino que perdeu a graça
Com mãos atadas pela praça, com juvenil paixão que debutou
E até dizer que meu silêncio nunca se calou em meu olhar que mal disfarça!
Pois ignoro outro modo contundente de achar feliz estrada
Que a caminhada só avança quando o sonho faz-me recuar
Sinto saudades daquele céu e mar que o amor criou por nossa causa
Saudades do pulsar sem pausa no coração que o meu insiste amar!
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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor
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