Três Irmãs

Margarida, tua formosa manhã

É a brilhante lantejoula

Queria ter comigo em teu divã,

O seio robusto de papoula

Que doçura percorrer tuas ancas,

Com minha mão gentil,

Quando assim sempre balanças

Igual uma flor de Abril

Que diria Rosa, tua irmã noviça,

Pura alma de saudade

Ao acariciar teu vestido de peliça

No frescor da liberdade

Não haveria ela de ter ciúmes,

Desta nossa ocasião?

Levando nos enredos incólumes

A febre de paixão?

Mas a Hortência assim madura,

Tem um quê de gazela,

No olhar cândido é de alma pura

Pelo vestíbulo da janela

Que diria as duas se em teu divã

Eu por fim deitar-me?

Não seria eu a imagem do Satã

Da luxúria abraçar-me?

opoetakurita
Enviado por opoetakurita em 01/05/2012
Código do texto: T3643525
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