Três Irmãs
Margarida, tua formosa manhã
É a brilhante lantejoula
Queria ter comigo em teu divã,
O seio robusto de papoula
Que doçura percorrer tuas ancas,
Com minha mão gentil,
Quando assim sempre balanças
Igual uma flor de Abril
Que diria Rosa, tua irmã noviça,
Pura alma de saudade
Ao acariciar teu vestido de peliça
No frescor da liberdade
Não haveria ela de ter ciúmes,
Desta nossa ocasião?
Levando nos enredos incólumes
A febre de paixão?
Mas a Hortência assim madura,
Tem um quê de gazela,
No olhar cândido é de alma pura
Pelo vestíbulo da janela
Que diria as duas se em teu divã
Eu por fim deitar-me?
Não seria eu a imagem do Satã
Da luxúria abraçar-me?