Mãe
Escolhi em todas, uma, que um dia ia ser a minha guia.
Inocente, tentando entender o porquê de nascer,
e em seu seio sobreviver.
Continuei a observar esse olhar que sempre vinha a me admirar,
senti no calor da sua mão me acariciar.
Lá dentro não conseguia raciocinar
o porquê de esperar
nove meses para seu rosto observar.
Comecei a chutar,
e de alegria ela veio me acariciar,
senti seu amor me acalmar.
Quantos sonhos que eu imaginei sem ao menos gritar, ou falar,
mas meu coração veio chamar
essa pessoa que vem me carregar,
sinto que ela sabe o que é amar.
Dias passaram.
Ela me leva de um lado para outro sem reclamar,
eu não agüento esperar,
quero ver seu rosto me amar.
Fico triste porque ela precisa trabalhar
e seus pés inchar,
e meu peso aumentar,
e seu corpo deformar,
mas não deixo de sentir o seu jeito de me amar.
Queria dizer que seu esforço um dia eu vou recompensar,
que alegria eu ainda vou dar,
não consegui gritar,
mas um chute eu vou dar,
e ela de novo veio me acariciar,
tenho certeza que ela sabe
que eu vou amar.
Chorei de alegria por que ela sorria,
como se tivesse ouvido as minhas desculpas
por fazer do seu corpo meu lar,
e de seu coração o meu habitar.
Ouvi seu grito,
e a correria começar,
uma bolsa estourar,
tremia de medo ao sentir sua dor a gritar.
E uma mão me pegar.
Quem queria do calor dela me tirar?
A raiva começou a apertar, dela não quero mais largar,
o amor que ela ensinou em mim está,
mas ele continuou a me tirar,
chorei ao sentir o ar,
mas acalmei ao sentir seu olhar a me admirar,
e seu a amor em mim eternizar.
Entendi o verdadeiro amor de mãe que tanto eu escolhi
e nos seus braços eu percebi
seu coração explodir
de emoção ao me sentir,
e ali eu permaneci
e naquele coração para sempre eu vivi.
Mãe!
Hoje eu vou sorrir
por que no seu coração eu sempre vou existir.
Osvaldo Valério
http://osvaldovalerio.blogspot.com.br/