Esperança
Tem um olhar meio insano
de quem é santo, mas queria ser cigano
pra se corromper e viajar.
Aqueles olhos que nada no mundo imita
nem a mais leve brisa ou toda a coisa mais bonita
há de banalizar.
Quem foi a louca que não quis tua companhia ?
Na chatice ou na mais doida das rotinas
preferiria você e mais nada.
Ou talvez só olhar-te andando pela casa
com aquela pressa não muito rápida
de quem não pôde, mas queria ficar.
Não ignoro os teus antigos amores
vai que algum deles quer de mim, te roubar!
Ah, o que a insegurança não faz (...)
Escolhi não colecionar mais as dores
para que, por onde eu passar,
possa sentir o teu perfume misturado ao das flores
que um dia hás de me dar.