Acerca-te de mim

Tua boca, teu sexo.

É noite

O véu negro amplia-se no céu

Uma lua acasalada de estrelas luminosas

Tecendo fios mágicos e sensuais

A brisa inebria a minha respiração

Com teu cheiro mulato

Que me laça, me seduz, me pondo no cio

Teus pelos fazem meu corpo arrepiar...

Meu homem absoluto,

Nada te amedronta no amor

Eu te invejo por isso

Os antigos amores são patrimônios de angústias infindas

Se é que foi mesmo amor, toda aquela frágil embalagem,

Todo o câncer que trouxe

Incisões inescrupulosas

Pedaços de órgãos que cismei não mais regenerar.

Senti medo do amor,

Senti nojo do amor,

Fugi

Fugi

Fugi

Todas as vezes que precisei fugir

Disse nãos na cara limpa

Protegi a mim,

Protegi as minhas feridas

Não prometi mais nada para ninguém

Certamente nada mais me afligiria

Meu egoismo maior

Minha coisa tísica.

Um cartaz perfurado pelo tempo

Com mensagens velhas de passarinhos e crianças

Talvez me apontando alguma esperança,

E os ratos rotos da rua passeavam por ali,

Desapareciam entre as pedras que as pessoas fingiam não ver.

Talvez eu estivesse tão perdida quanto aquelas pedras, anônimas da rua de cima...

As saídas eram incrédulas

As esquinas...

Ah, mas as esquinas me trouxeram você

E eu te traguei, eu te bebi

Rabisquei nas paredes o teu nome

O nome que destes a mim

No tremor de meus lábios pari a palavras AMOR

Tomei a em meus braços,

Apresentei a, a minha alegria

A lua cheia de desejos

Tu dono de todos os meus beijos,

Tua pela sob o comando de minhas unhas vermelhas

Tua liquidez,

Tu choves em mim,

E é assim que somos um,

É assim que quero que seja para sempre.

Janaina Cruz
Enviado por Janaina Cruz em 29/04/2012
Código do texto: T3640402
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