O destino dos poetas
A chuva seguia seu natural destino de encontrar a terra,
Mas eu não conseguia entender o rumo de ser eu
Rascunho de poeta...
Contra montanhas e tempestades eu lutei,
Muito de mim ficou pelo caminho...
Decidi então não chorar,
E pensei bem baixinho: a vida tem que continuar...
Passado alguns dias encontrei um beija-flor
Que recolheu meus fragmentos,
Juntei meus pedaços então,
Desejava acabar com esse tormento...
Entretanto, me sufoquei...
Ora em mim mesmo, ora não sei...
Um pânico tomou conta de minha lucidez... Rapidamente corri e pulei...
Alguns pedaços voaram pelo ar, vi quando caíram nas rochas e outros...
Eu só me lembro de gritar...
E num cálido e bucólico rio rompe-se o silêncio da natureza...
Meu grito explode...
Nas águas da frieza.
Agarrado agora a um tronco,
Eu vou navegando por essa via fluvial,
Já não me importava com nada,
Tudo era trivial...
Quando o último fragmento de mim se dissolvia na correnteza,
Um raio de sol tocou minha calejada estranheza,
Não pude ver sua verdade,
Mas senti sua beldade.
E de repente, eu podia entender...
E de repente, eu podia voar...
Soube então que o destino dos poetas
Não é somente viver e sonhar...
Visto "que não seja imortal, posto que é chama"
Mas demonstrar o seu furor
"Que seja infinito enquanto dure"
O verdadeiro amor...