A força do medo!

Sentir medo...

Da primeira vez que choramos

Do instante em que alguém nos olhou nos olhos

De quando entramos na escola e não conhecíamos ninguém

Dos momento em que fomos colocados à prova

De todas as vezes que tivemos um desafio

E a única coisa que podíamos fazer era respirar

Sentimos medo...e aí surgiu...

A sensação de falta de ar

O nó no estômago

A incapacidade de raciocinar de forma lógica

O coração e a respiração ofegante

Aí perdemos as rédeas de nós mesmos

Necessitámos da aprovação dos outros

Sentir medo...

Sem perceber porquê

Deixá-lo apoderar-se como se fosse rei

Esquecer a felicidade e fechar as portas

Suprimir toda a alegria e viver na clausura

Sufocar e deixar o tempo esvair-se em memorias

Ou em ideias inúteis de incapacidade

Sempre que tivemos medo e morremos por dentro

Todas as vezes que deixamos de lutar e enfrentar a vida

Quando nos escondemos atrás de nós mesmo

Ou de alguém que nos socorreu porque desistimos

De gostar de nós acima de todos

Só porque sentimos medo

Sentir medo...

Do bicho papão

Não saber lidar com esse sentimento

Porque não fomos treinados

A gerir os nossos pensamentos

Apesar de toda a informação a que temos acesso

Porque nos falta tanto para aprender

Precisamos de tanto para continuar a crescer

Tanta coragem para não desistir

Para vencer o medo...

Todos os medos que temos

As incongruências do nosso cérebro

As nossas zona erróneas

O que não conseguimos explicar

O que apenas sentimos e alimentamos

Sem receio de comprometer a vida

A felicidade do tempo efémero que temos

Escravizado em tantos pensamentos irracionais

Instantes automáticos e negativos

Que nos assolam e devoram

Sentir medo...

E deixar a mente apodrecer

Num estado vegetativo?

Não! Chega! Pára!

Ainda há tempo para ressurgir

Continuar a respirar

Com a alegria de estarmos vivos

Porque afinal não é essa a maior dádiva

Nascer para viver até ao ultimo segundo

Com toda a intensidade e amor

De forma apaixonada e única

Marcar a existência de recantos

Refúgios de eternidade

Gravados em nós e na humanidade

Porque afinal tudo é cíclico

E quando voltarmos

Apesar de mais sábios

Sentiremos novamente medo

Afinal de contas somos humanos

Sentir medo faz parte do acto de viver

Só temos de aprender a senti-lo

E acima de tudo a viver com ele

O medo está na nossa cabeça

Vamos respeitá-lo e amá-lo

Bem vindo!

Obrigada por existires,

E nos tornares humanos

Sonya
Enviado por Sonya em 27/04/2012
Código do texto: T3636818
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