Síntese de você.
Á quem pode estar ausente, mas sempre presente está,
Que me vigia sem me notar e no silêncio me delata.
Que abrange tudo em mim quando tenta se escapar,
Descobri-me num só olhar e com um sutil tocar me mata.
Á quem vive ao meu lado tanto o quanto se afasta,
Que como o fogo se alastra e um como vício me desvia
Razão de minha alegria e da tristeza que me devasta,
O magnifico cineasta que em sua obra me recria.
A senda que me esvazia das preocupações cotidianas,
As teorias mais puritanas e os devaneios mais loucos
Racionalista como poucos em inconstantes zarabatanas
As calmarias provincianas ao som de gemidos roucos.
É predileto em meus pensamentos, em minhas queixas e elogios,
Correnteza dos meus rios de prazer, ternura ou dor
Antagonismo conciliador e inspiração dos meus indrisos
Protagonista dos meus risos, e arquiteto do meu amor!