AMANDO O JAMAIS
Nos âmagos da noite um olhar avista o sol distante
Quisera ser o seu amante, porém mil primaveras o detém
São flores que não lhe convém, são rios de um curso errante
Que desembocam muito mais adiante, num impossível oceano além!
Uma presença persistente que se nega ao toque
Um choque anafilático em todos os recursos da racionalidade
Com todos os requintes da eternidade em seu proibitivo estoque
Levando ilusões a reboque, para adentrar intransponível grade!
E segue a passear nas salas e leitos da invulnerabilidade
Com o cálice da irrealidade a promover embriaguez diária
Querendo mais que a solidão carcerária, se dando à viabilidade
Quebrando a imunidade e adoecendo para ser paixão prioritária!
Até que adormeça aquele olhar já sequestrado
E então fechado seja capaz de avistar o que o destino não lhe faz
Indo ao que a razão não traz, trocando o chão pelo telhado
E pela louca escuridão iluminado, sendo enganado pelo jamais!
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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor
http://www.reinaldoribeiro.net/