Era ela

Era ela a luz do luar,

O suspiro ao peito ausente

A trova em leve sonhar

Uma dor triste e pungente!

Era ela a flor do amor,

A nódoa maculada em vida

O pejo em dourado rubor

Musa de uma lágrima doída

Era ela a virgem pálida

A espanhola do sarau amante

A brisa calma e cálida

Sombra negra d’alma errante

Era ela a branca mortalha

Das noites em longa languidez

Do vestido a nua pantalha

Desta minha maligna morbidez!

Era ela a poesia transcrita,

Com o suor de um riso galante

Na tinta da alma escrita

Pelo mancebo pobre e infante!

opoetakurita
Enviado por opoetakurita em 24/04/2012
Código do texto: T3630185
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