Refúgio
Nasci para amar
Incontestavelmente, nasci!
Sem porquê, sem cessar,
Sem calar ou fingir
Sem saber nem temer
O que mesmo amar?
A quem hei de saber
Ou quem hei de achar?
Tudo! Nada importa
Nem mesmo a fala
Que se prende à porta
- ela entala!
Mais o que falo
Ou ao menos tento
Ou tão só a fala
E cada momento?
Nada! Tudo sem sentido
E ainda me importo
Desde que o mundo abrigo
Até me acharem morto.
Quanto mais me despeço
Mais lá quero estar
Falam em recomeço
Falo em reencontrar.
Ter em ti meu refúgio
Do peso que carrego
Fiel como o marujo
No mar em que navego.
Sem saber nem querer
Sem nem fazer questão
Amo sim por prazer
Ou mesmo distração.
Ter perfume nas ruas
Sorrisos sem motivo
Ter as lágrimas tuas
Como meu incentivo.
Amo aquilo e a ela
Sem ciúmes de mim
Desde a flor mais bela
Às pragas do jardim.
Se lutei contra isso
Já perdi a batalha:
Antes morrer de amor
Que por algo que
o valha.