Paris/Londres IV
Régua de alfaiate, esquina atrás do mundo...
primeiro veio a sombra,
por trás da sombra a projeção.
Piano desafinado,
pedra e plano não se combinam.
Faz diferença dizer que ama,
pois sendo o relógio,
instrumento de repetição,
marca sempre as mesmas horas.
Nenhuma igual a outra,
assim como nossas falas....
no fim de tudo, sempre as mesmas,
mas marcando o tempo
que só está em nossa abstração.
Esquadro vazio, instante secular....
se faltou algum abraço que não dei,
se as nuvens passam devagar,
fui eu quem manipulou a natureza,
só pra não te ver chorar.
Com todo amor serei eterno,
como a valsa que nasceu no fim da guerra.
Agora tudo está perfeito,
as mãos no infinito, e os pés sobre a terra.