Cingindo a morte

Cingindo a morte

Veio em meu sonho, sedosa, afetuosa

feito ave plainando.

Contemplei fixamente o seu corpo

sinuoso e perigoso.

Com o terço nas costas, curvas a mostra,

anjo sexual e divino.

O vento gelado avivava a noite escura,

era temor e brandura.

Beijei sua boca horas a fio, corpo quente

corpo frio, trem e trilho.

Seu ar era gélido, lhe dei rosas vermelhas,

cheiraste demoradamente.

Você me deu a mão, andamos pelo jardim

um casal de corpo e alma.

Meu medo era forte, mas o fascínio era

a arma de morte fatal.

Abraçamo-nos novamente senti um

frêmito diferente.

Era eu cingindo a morte sedutora,

ela era a autora.

Perdi-me, me fundi a ela sem abranger,

despertei-me vivo querendo morrer.

http://poetadefranca.blogspot.com/

O NOVO POETA. (W.Marques).