Por uma coisa ainda inexistente
Tenho o amor por escrever um livro,
que este ser com palavras e tintas,
um escrito que expresse com fortes sons mudos,
luzes irradiadas para a imensidão do mundo,
onde muitas pessoas estão gritando nas dores,
mesmo alegres, desabafando melancolias errantes,
ainda com sorrisos e tudo bem para quem se pergunta,
no coração e na alma há um vazio inexplicável,
loucura que nem remédio cura, nem a saudade
poderia haver para ela mais que pura solidão,
não há bálsamo para sarar a tristeza do sentimento,
e no escrever o livro das fantasias de palavras incontidas,
fazer as letras explodirem em cores múltiplas no horizonte,
e o fim que vem marchando, que apagará o sistema,
talvez ainda talvez possa guardar num instante
o que foi um socorro e um grito no escuro,
o vento que passou e que não deixou cicatrizes.