Por uma coisa ainda inexistente

Tenho o amor por escrever um livro,

que este ser com palavras e tintas,

um escrito que expresse com fortes sons mudos,

luzes irradiadas para a imensidão do mundo,

onde muitas pessoas estão gritando nas dores,

mesmo alegres, desabafando melancolias errantes,

ainda com sorrisos e tudo bem para quem se pergunta,

no coração e na alma há um vazio inexplicável,

loucura que nem remédio cura, nem a saudade

poderia haver para ela mais que pura solidão,

não há bálsamo para sarar a tristeza do sentimento,

e no escrever o livro das fantasias de palavras incontidas,

fazer as letras explodirem em cores múltiplas no horizonte,

e o fim que vem marchando, que apagará o sistema,

talvez ainda talvez possa guardar num instante

o que foi um socorro e um grito no escuro,

o vento que passou e que não deixou cicatrizes.

Jean Paul e Pierre Lumier
Enviado por Jean Paul e Pierre Lumier em 21/04/2012
Reeditado em 21/04/2012
Código do texto: T3625494