Preludio dos Ais
Ah! O orvalho já inebria,
De ribaltas cada pétala erguida aos céus,
Hoje enfeitado de prata, estros da poética,
Embriagante pranto abrindo meu pergaminho!
As notas soam baixinho,
Sobre a mesa, a vela da luz ao abecedário
Desenhando em clarividência o sentir divagante,
Etéreo do tempo, saudosa brisa de outono!
O culto vem da solitude
Resgatando das trevas o verso,
A magia de sonhar entre as ondas do silêncio
Focando a fatia alva do birô em melancolia!
Sublimado pela penumbra,
A lembrança divaga na sintonia do luar
Sempre testemunha destes delírios
Emanados pelo azul da noite!
Como as águas lapidando as pedras,
Levo-me pelo inconsciente vinculado à luz
De nome amor e pseudônimo vida,
Agregando em cada passo o sentimento
Em toda sua simplicidade!
Auber Fioravante Júnior
20/04/2012
Porto Alegre - RS