Na janela um sorriso

Amanheceu na cidade

Toda aquela vaidade

Que mexeu com a saudade

Ficou para trás

Quase que não aguento mais.

Sou criança que ainda cresce

Vendo tudo o que merece

Sob um poder que exerce

Direitos iguais

Somos tão desiguais.

Já não acontece nada

Em nossas vidas

Há um “não sei”

Do entendimento às feridas

O descaso ocasiona a ocasião

Três horas da manhã

Eu no meu quarto, a luz acesa

A sua foto sobre a mesa

E um chá pra disfarçar

Na janela um sorriso

Quase que indeciso

E eu sei que não preciso

De algo para me controlar.

E depois da tempestade

Vem aquela calmaria

Disfarçada de alegria

Nesse dia que diria assim...

Pensa só na agonia

De viver assim há dias

De viver assim há anos

Reviver assim há séculos

De viver enfim.

Estou sem ninguém

E é tudo tão ruim

E eu que vivo assim

Sem te ter.

Rafael Santiago
Enviado por Rafael Santiago em 20/04/2012
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