Na janela um sorriso
Amanheceu na cidade
Toda aquela vaidade
Que mexeu com a saudade
Ficou para trás
Quase que não aguento mais.
Sou criança que ainda cresce
Vendo tudo o que merece
Sob um poder que exerce
Direitos iguais
Somos tão desiguais.
Já não acontece nada
Em nossas vidas
Há um “não sei”
Do entendimento às feridas
O descaso ocasiona a ocasião
Três horas da manhã
Eu no meu quarto, a luz acesa
A sua foto sobre a mesa
E um chá pra disfarçar
Na janela um sorriso
Quase que indeciso
E eu sei que não preciso
De algo para me controlar.
E depois da tempestade
Vem aquela calmaria
Disfarçada de alegria
Nesse dia que diria assim...
Pensa só na agonia
De viver assim há dias
De viver assim há anos
Reviver assim há séculos
De viver enfim.
Estou sem ninguém
E é tudo tão ruim
E eu que vivo assim
Sem te ter.