@CHÃO DE TEMPO - Basta-me.
Basta-me o segredo das horas permutadas,
o som do acasalamento,
o fingir deixar-te.
Basta-me o brilho dos teus olhos,
estrelas incandescentes
a acender-me a luz.
Basta-me o leito, desfeito,
esculpido em memórias,
mistérios.
Bastam-me as nuvens
da tua carne,
onde perco-me n'água da procura.
Basta-me a mão que me morde,
a tua dança polaca,
teu jeito, tuas coxas, tua graça.
Basta-me a tua geometria,
lábios, colo, seios, tentáculos,
conchas e cavalos marinhos.
Basta-me o olá, no nosso novo dia.