descobre-nos
[do ciclo dos ventos, das primaveras, de mim, talvez de ti]
…
I
quero-me em tantos eus
que por vezes os esqueço,
e quando os reencontro já não os conheço
ignoro-os,
nesta
ignota viagem que queima a pele
ainda por sarar,
descobertas direi
nesta imensidão que o olhar já não abrange,
e,
quando me sento no meio de mim,
fala-me o eu que eu sempre serei.
descansam os outros.
II
descobre-nos,
descobre-nos no meio das orquídeas
que o nevoeiro escondeu
como se não existissemos, apenas sussurros
incompletos, repetidos.
e mesmo que invisiveis fiquemos na terra onde regressámos,
ficarão sempre as saudades
do dia em que partimos,