descobre-nos

[do ciclo dos ventos, das primaveras, de mim, talvez de ti]

I

quero-me em tantos eus

que por vezes os esqueço,

e quando os reencontro já não os conheço

ignoro-os,

nesta

ignota viagem que queima a pele

ainda por sarar,

descobertas direi

nesta imensidão que o olhar já não abrange,

e,

quando me sento no meio de mim,

fala-me o eu que eu sempre serei.

descansam os outros.

II

descobre-nos,

descobre-nos no meio das orquídeas

que o nevoeiro escondeu

como se não existissemos, apenas sussurros

incompletos, repetidos.

e mesmo que invisiveis fiquemos na terra onde regressámos,

ficarão sempre as saudades

do dia em que partimos,

Nkisi
Enviado por Nkisi em 20/04/2012
Código do texto: T3623368
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