Leis do amor.
De querer-te tanto e tanto tê-lo esquivo,
Dos meus quereres abstendo-me por quanto,
Vejo que tenho o teu desejo vivo,
Quando dos meus o afasto e desencanto.
Assim procede do prazer ao pranto,
Minha dor confusa e meu olhar altivo,
Que te oferece com doce acalanto,
Um beijo brando e um não incisivo.
E me pergunto quanto tempo dura,
Entre o ficar e a fuga essa disputa,
Até que um de nós tenha entendido.
Que nesta lei de oferta e de procura,
O único que tem perdido a luta,
É o amor que está desguarnecido!