Dentro de ti, o mar

Leva-me ao mar, dentro de ti

Navegando sonhos que correm livres

Por mares que se espraiam no azul

Lembranças que rolam no convés

De uma nau abandonada

Leva-me ao porto, dentro de ti

Onde o céu toca o infinito

Entre as brumas da madrugada

Livre das suspeitas da noite

Que teima em amanhecer

Ver o mundo no granulado da praia

E o céu na livre exposição das flores selvagens

Prender o infinito na palma de tua mão

E a eternidade na luz de teu olhar

Leva-me para dentro de ti, em segredo

E esperemos juntos que o mar se acalme

Que o raio seja breve

E o sol livre-se da noite, na aurora que resplandesce

Deixa-me adormecer dentro de ti

Sem tempo para despertar ...

Existe uma eternidade medindo os compassos e descompassos do coração

ou é ela mesma a medida ?