DO CONTRÁRIO

se atrai pelos versos inversos de tal amor,

Faz-se trair ao presente já freqüente nessa dor.

Deixar fluir um rio de paixão e loucura,

Ou contentar-se com a mesmice sem procura,

Eis o dilema, convenhamos, sem precisão,

Já que a busca é vital, com ou sem razão.

Que se sonhe o impossível, desde que sonho,

Mas viver ultrapassando o limite, suponho,

É morrer cada minuto em busca de aventura,

De quem imagina sonhar o que não perdura.

Contento-me com o silêncio da verdade,

se a mentira gritar meu nome injustamente,

mas um verdadeiro amor não confessa,

apenas e tão simplesmente, ama-se abessa.