Perto o bastante.
Eu que não sou mais, a intrépida paixão voraz que teu sonhar aninha,
Que não sou mais a ninfa, nem a fada purpurina que te tira de tua paz.
Que sou eu? Pouco mais que uma áurea ínfima, sóbria e cálida como cinzas
De um antigo fogo ardente, onde incessantemente queimava-te sem ais.
Eu que não sou mais a mesma que habitava em tua mente como uma assombração,
Era a cruz e a espada, fosse o tudo ou fosse o nada, só não era o teu não!
Quando da dor a distância e da presença a lembrança, um eu era sonho almejado.
Hoje muito frequente adormeces friamente, sem notar-me ao teu lado.
A dose é a diferença entre a cura e a doença, a dor é um dos sintomas.
Quem sabe, seja preciso ter alguns ossos partidos e doloridos hematomas,
Para lembrar ao presente que o passado foi ausente do que hoje é abundante,
Mas que o futuro é incerto e não basta estarmos perto, se não é perto o bastante!