tua imagem em meu nicho
Todos afluentes, e, minhas artérias,
aquecem demais quando vejo você;
como se os idos de dores, misérias,
fossem sonho ruim, fácil esquecer;
a droga do bom senso sai de férias,
dói uma dor, assim, meio sem doer;
Mesmo ciente que o anseio provoca,
os meus olhos erram à tua procura;
a água da boca antegoza, nem toca,
só instinto saltitante, nessa fervura;
beleza é móvel e contigo se desloca,
após tua luz, só resta a pobre feiúra;
Perfumei o achego, sonhos caprichos,
alguns dormidos e outros, despertos;
pois, ela encaixa em todos os nichos,
embora, presuma ter os nichos certos;
arriba do leito onde soltarei os bichos,
sedentos como um beduíno no deserto;
Dê asas querida para o voo do coração,
juro que arranjo um galho para pousar;
inverno ameaça; depois da vez do verão,
porém, juntos riremos se, ele ameaçar;
Senhor disse que não se vive só de pão,
ademais, o sentido flor é o desabrochar...