PRÍNCIPE DO AMOR
Sem lembrar que a vida é plena de amor,
Morri sem querer; esqueci de tudo.
Deslizei no limbo... Era furta-cor
Toda a sensação desse espaço mudo:
Minha alma oca estava confusa;
Uma concha seca era seu escudo.
Uma sugestão, quase uma recusa,
Um desequilíbrio; o dia desperta.
Uma nova linha... Uma ideia cruza
A estranha dormência; sinal de alerta.
Era o meu herói num cavalo branco?
Só meu coração, a verdade, acerta:
– Mas que reação... mas que solavanco!
Sinais da paixão, quase a perecer,
Era a exaltação em estado franco.
Príncipe do Amor, sonho do meu ser,
Acenas ao longe, de ti preciso...
Não sei o que fiz por te merecer,
Por entrar contigo no paraíso,
No mundo perfeito das terras altas,
De horizontes vastos, que além diviso.
Se meu corpo avisa que tu me faltas
E minh’alma busca o amor distante,
Entre nós se ajusta uma nova pauta:
-Sei que vou te amar... Que seja o bastante.
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