CAMINHO VÃO
Longe vai-se o dia que me aparta de sua luz
Porém aqui quem me conduz é tua indesistível proximidade
Numa calamidade acrescida a tudo quanto me reduz
A qual me induz a ser refém da mais inútil irrealidade!
Em cada fragmento vejo a grafia dos romances mal escritos
Todos descritos pela idealização que adoece meus delírios racionais
Autênticos arsenais de pacificadores conflitos
A traduzir análogos gritos que me reportam ao que de ti terei jamais!
Tangendo cordas metafóricas que euforizam toda paz em surto
Que tão somente eu escuto, que apenas eu estou capaz de vislumbrar
Talvez a me desencontrar ou mesmo a me acrescentar com furto
Num agigantamento curto de tudo quanto toco sem ao menos alcançar!
E assim de longe assisto-me cruzando todas as fronteiras
Transpondo as porteiras que apartam essa lucidez de seu oposto
Sentindo um certo gosto que se mistura ao aroma das fogueiras
E com mentiras verdadeiras, tentando ocultar esse amor exposto!
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