Luz, pão e sombra

É assim que te quero, amor,

assim, amor, é que eu gosto de ti, tal como te vestes

e como arranjas os cabelos

e como a tua boca sorri,

ágil como a água da fonte sobre as pedras puras,

é assim que te quero, amada. Ao pão não peço que me ensine,

mas antes que não me falte em cada dia que passa.

Da luz nada sei, nem donde vem nem para onde vai,

apenas quero que a luz alumie,

e também não peço à noite explicações,

espero-a e envolver-me,

e assim tu pão e luz e sombra és.

Chegastes à minha vida com o que trazias,

feita de luz e pão e sombra, eu te esperava,

e é assim que preciso de ti, assim que te amo,

e os que amanhã quiserem ouvir

o que não lhes direi, que o leiam aqui

e retrocedam hoje porque é cedo

para tais argumentos.

Amanhã dar-lhes-emos apenas

uma folha da árvore do nosso amor,

uma folha que há de cair sobre a terra

como se a tivessem produzido os nossos próprios lábios,

como um beijo caído das nossas alturas invencíveis

para mostrar o fogo e a ternura

de um amor verdadeiro.

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Amo Você Eternamente, e nas horas mais difíceis da minha vida, deixe-me senti-la sempre... como se estivesse aqui, do meu lado, a me ajudar. C&L

Pablo Neruda
Enviado por Carlos D Martins em 17/04/2012
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