A ÁRVORE DA VIDA

Mãe

Pudesse eu entender

O que dizia cada ruga do teu rosto

Pudesse viajar por elas para dentro do enigma dos anos

No leito seco dos vossos sonhos

Pudesse andar eu, pelos vales de pedras,

Ásperos, das negações e sofrimentos de tua existência

Que surgem através dos cortes de tua alma envelhecida,

Na rota de tantos desencontros

Onde semeaste os grãos de tua fé

Encontraria eu, por certo, a arvore da vida

Que sustentou teus sonhos e que ainda resiste

Então, cansado, eu adormeceria à tua sombra

Pequenino como um grão de mostarda

Calmo como pombas no telhado da tarde

Então, você viria, embalar-me, como sempre fez

E cantarias para mim, por certo, docemente,

As velhas canções da minha infância

E a vida seria, então, uma eterna recompensa!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 16/04/2012
Reeditado em 20/02/2024
Código do texto: T3616699
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