Deleite de te amar
Bem preciso e sem demora!
Meu corpo urge calado!...
Esfomeado perde a razão,
com um enamorado beijo teu!...
Nos cordéis dos seus lábios
incendidos, versei discreto!...
Silencioso, encoberto!...
Confortado por carícias afins!...
Nesse reservado esplendor
influído, teci carinhos em versos!...
Acalentados por uma loucura
abrangente! — Ah,teus cabelos!...
A mais pura e veemente
formosura!...Os fios da urdidura!...
Jamais esquecerei a contextura,
dessa beleza tão pura que me cerca!...
Em ti faço proezas, me aventuro
em teu colo mudo, silente!...
À espreita de um breve e
refeito domínio!
Beijo-te os seios, afortunados, ditosos,
benditos, que apontam uma
aurora celeste!
— Oh, abençoado seja o
meu Cristo!...Pois sem ele
eu não teria esse deleite
de te amar!...
Abençoada sejas tu!...
Pelo imensurável e íntimo prazer
que me deste até aqui!...
(Airton Ventania)