UMA SOLIDÃO DE DOIS/A SOLIDÃO DE DOIS
UMA SOLIDÃO DE DOIS!
A SOLIDÃO DE DOIS!
Ainda que eu soubesse onde você está
Ainda que o mundo coubesse na palma de uma mão, apenas.
Mesmo que o céu chegasse e se cobrisse de azul...
Ainda sim, a saudade me devoraria sem me saborear.
O que sobrou de mim, você levou
Em cada conversa, em cada pedaço inteiro de um tanto meu.
O que faltou em mim, você tirou.
E me roubou a coragem de ter medo de perder.
Cada gesto por menor que fosse
Me conquistou em imenso!
Cada olhar por mais desviado
Me arrebatou o tempo
Tantas areias se passaram...
E eu vago sozinho e nu de pensamento
Pelo deserto da sua boca
Encharcado pelas minhas lágrimas que matam a minha sede!
A coroa não reluz [Ouro de tolo!]
O jardim não floresce [ Chamuscado pelo seu calor]
As borboletras não batem suas asas [ Mortas aos poucos]
Tão frágeis e cansadas.
Cansadas de tentar te alcançar
De vagar por um céu que está abaixo do chão
Cansadas dessa solidão de dois.
De inutilmente te fazer ver. Enxergar!
Eu estou aqui (sempre estive)
Mas o seu olhar se desviou para tantos vultos
Que não viu a minha sombra.
E eu saí daqui e não volto mais!
O que sobrou de mim, você levou
Em cada conversa, em cada pedaço inteiro de um tanto meu.
O que faltou em mim, você tirou.
E me roubou a coragem de ter medo de perder.