UMA SOLIDÃO DE DOIS/A SOLIDÃO DE DOIS

UMA SOLIDÃO DE DOIS!

A SOLIDÃO DE DOIS!

Ainda que eu soubesse onde você está

Ainda que o mundo coubesse na palma de uma mão, apenas.

Mesmo que o céu chegasse e se cobrisse de azul...

Ainda sim, a saudade me devoraria sem me saborear.

O que sobrou de mim, você levou

Em cada conversa, em cada pedaço inteiro de um tanto meu.

O que faltou em mim, você tirou.

E me roubou a coragem de ter medo de perder.

Cada gesto por menor que fosse

Me conquistou em imenso!

Cada olhar por mais desviado

Me arrebatou o tempo

Tantas areias se passaram...

E eu vago sozinho e nu de pensamento

Pelo deserto da sua boca

Encharcado pelas minhas lágrimas que matam a minha sede!

A coroa não reluz [Ouro de tolo!]

O jardim não floresce [ Chamuscado pelo seu calor]

As borboletras não batem suas asas [ Mortas aos poucos]

Tão frágeis e cansadas.

Cansadas de tentar te alcançar

De vagar por um céu que está abaixo do chão

Cansadas dessa solidão de dois.

De inutilmente te fazer ver. Enxergar!

Eu estou aqui (sempre estive)

Mas o seu olhar se desviou para tantos vultos

Que não viu a minha sombra.

E eu saí daqui e não volto mais!

O que sobrou de mim, você levou

Em cada conversa, em cada pedaço inteiro de um tanto meu.

O que faltou em mim, você tirou.

E me roubou a coragem de ter medo de perder.

Dhiego Araújo
Enviado por Dhiego Araújo em 14/04/2012
Código do texto: T3611639
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