Sobre o insensato egoísmo no amor
E ele lia,
tanto dos livros muito embora só os que mesmo escrevia.
Também sorria,
o fácil riso da piada que ele mesmo contaria.
Mas relaxava,
deitado em si, envolto ao próprio braço que o abraçava.
Só se sentia,
não percebendo ser em si a sua única companhia.
Sempre sonhava,
que é assim e que enfim o aceitasse quem amava.
Quem o amou,
tanto na porta ali bateu, gritando: Abre-te, que sou eu!
Mas ele nunca acordava.