Décimos do Nosso Amor

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Eu proibi a mim mesmo

De revelar nosso segredo

Dizer seu nome

Ou escrever seu nome quando escrevo

Prisioneiro do seu amor,

Vivo procurando por você no escuro

Caverna da minha agonia

E quando sozinho te invoco

E na escura pedra toco

Sua companhia inquieta

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Se o nosso amor está feito

De silêncios prolongados

Que nossos lábios fechados

Amadurecem dentro do peito

E se o coração partido sangra

Como a romã congelada em sua sombra

Porque dolorosa e desbotada ?

Não partimos esta angústia

Para sairmos do nada

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Pelo medo de amar

Tanto quanto eu amo você

Tenho preferido em primeiro lugar

Te perder para salvá-la

Mas está muda e impotente

Seu coração de tal maneira

Que se não me deixa te ver

É para não ver na minha

A imagem da sua agonia

Porque a minha morte é a sua morte.

|V

Se afasta de mim pensando

Que me fere a sua presença

E não sabe que sua ausência

É mais dolorosa quando a solidão

Vai se aprofundando

E no silêncio sombrio

Involuntariamente a despeito de mim mesmo

Eu ouço sua voz no eco

E encontrar seu caminho num buraco

Que deixou no vácuo.

V

Porque deseja intervir

Uma remota esperança

Se o desejo não te alcança

Se nada voltará a ser?

E se não haverá amanhecer

Em minha noite interminável

do que serve que eu fale no deserto

E que peça para reaviar minha vida

Remediar o irremediável

V|

Esta escura incerteza

Que se apossa do meu corpo

E que deixa em minha boca não sei

Que amargura desolada

Este sabor que perdura

E como a lembrança, insiste

E com seu cheiro persiste

com sua essência penetrante

É a única e cruel presença

Seu, desde que você partiu

V||

Basta você voltar, e eu

E tudo em meu ser avança

Verde e tura a esperança

Para me dizer: "Aqui está!"

Mais sua voz é ouvida

Rolando sem eco no escuro

Solidão da minha clausura

E eu seguirei pensando

Que não há esperança quando

A esperança é a tortura.

V|||

Ontem eu sonhei! Tremendo

Nós dois num gozo impuro

E estéril de um sonho obscuro

E sobre sua pele macia

Meu lábios iam deixando, marcas, sinais, feridas...

E suas palavras transidas

E as minhas delirantes

Daqueles breves instantes

Prolongam nossas vidas.

|X

Se nada espero, pois nada

tremeu em si mesma quando me viu

E pôs diante de meus olhos

A verdade mais dolorosa

Se não brilhou em seu olhar

Um lampejo de emoção

a própria obscura razão

A força que você me lança

Perdida toda a esperança

É... o desespero!

X

Meu amor por você não morreu

Ele ainda vive no frio

Ignorado na geleira

Cravado em meu coração

Para ela descendo e não encontrando a saída

Pois será em minha vida

Esta angustia de olhar cegamente

Com a oculta certeza de não encontrá-la.

Leahndro Bunton
Enviado por Leahndro Bunton em 11/04/2012
Código do texto: T3607452
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