Pretérito-Presente a Ti (13-06-07)
É ele, É ele!
Que surge radiante crepuscular
Profilático das solidões exilares
E que mesmo ao Atlântico sul faz-se vão
Nas ironias construtivas de Veríssimo
Ou nas épicas empolgantes de Camões
Tal qual dramas destrutivos de Azevedo
Estás presente acima deste supra-sumo
Quero enfim viver das letras
Utopia doentia de apaixonado
Embevecido em números, mas sedento por amar
Saudosista solitário de coração que bate Bávaro!
Lusitano de raízes, desvio-me embriagado a teus olhos
Destas mesmas letras que entorpecem e degeneram
Arrebenta esta fibra, explode ilusão
Delírio perene, pois quem vem – é ele!
Dos dulces gélidos mares do sul
Que queima a pira ascendente de meus sonhos
Intelecto tardio que pretumbera a alma
Entrego a ti esta existência, de dom e devoção
Ó mãe das mães é por ele que eu vivo!
Imperativo que me encanta, envolto a prantos estou
Pretérito ou presente, ao futuro entrego as rédeas
Que o grão-mestre abençoe este laço esperançoso
Que hoje sangra de imensa saudade
“Jisso” da vida, pecado da morte, confia e
Conceda a graça advogada nossa, pois já vem ele!
Te escrevo a presente, de presente, a sete estrofes
Algarismo do infinito, de força transcendental
Perdoa ó pai, pois ainda não sei amar!
Tão apenas rendo um vale de lágrimas,
Onde nada mais importa, pois já fito ao longe – é ele! ...
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créditos de imagem: mosaicomonteiro.blogspot.com