O apetite dos corpos
Minh’alma escuta inglória a tua imensa dor,
quando um poema sangra desapercebido
do vulto enorme que habita teu peito
fugindo de minhas mãos já desservidas.
Tenho o sono bom afagado dos anjos
e mansas mãos que lavoram entretidas
a tecerem do amor o mel amado.
Somos alheios corpos pouco visitados
por outros corpos atrevidos que afagam a alegria,
somos da liberdade a mais forte alforria,
presos que estamos e a sentir saudades.
Minh’alma escuta inglória a glória do teu apetite
que tudo consome desde o desperdício.