Juro que nada mudou
Disseram que cresci em romantismo,
Acreditam até, que estou apaixonado;
Quero provas, as exijo quando cismo,
Se houve calúnia, não será perdoado.
Que está bem mais doce o meu poetar,
insinuaram que mais caliente também;
Que um cego, querendo poderia notar,
Muito mais aquele, que enxerga bem...
Tá certo até houve umas mudanças,
Como sair da prisão, ir pra um jardim,
Trocar a descrença pela esperança,
E pintar o começo, onde fora o fim...
Ver sem carecer luneta, linda princesa
E esmeraldas fartas em vasto garimpo;
Fealdade fugir à chegada da beleza,
E das velhas mágoas, coração tá limpo...
Em vez do tédio, viçam lindos projetos,
antigo medo da chuva, sumiu também;
os baús de alento, estão todos repletos,
e o desespero já não pega ninguém...
Ventura exigiu um anel de compromisso,
em primavera meu outono cambiou;
é mudaram umas coisas, mas tirando isso,
juro de pés juntos, que nada mudou...