Ritmo Boreal

Beijei ressabiadamente a saudade

Tentando garimpar o ócio na solidão,

Auscultei o carinho que banhava o coração

Solfejando rimas que lembravam minha mocidade.

Foi intensa a ternura que bradou no silêncio

Que me vi capitular nos átomos da melodia,

Tatuei notas defumadas no crepúsculo da sinfonia

E uma canção anatômica eclodiu desenhada em incenso.

Um ritmo aveludado tingiu a aurora boreal

De um ritual catatônico, rico e confessional

Que me elevou a uma quadrante potência de embevecimento...

Nos arranjos dedilhados numa harpa melindrosa

Percebi que a música convulsionou-se na arte venturosa

De um rebanho de repertórios que tocava o sentimento!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 09/04/2012
Código do texto: T3603743
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