Réquiem...

Velo o corpo e alma de mulher que fui.

Dentro do esquife

Pálido rosto me contempla

Com olhos semi-abertos

E cabelos ainda voando

Ao toque do vento.

Ouço música ao longe...

Contemplo

A mulher que fui e não mais quero ser.

Então, estou a sepultá-la.

Pesada laje cobrirá o corpo inerte

De quem tanto amou.

Mas não é meu fim! É meu recomeço:

Sou um espírito livre e leve

Que paira no ar...

Espalha-se no ambiente um perfume amadeirado

Quente e sensual

Enquanto me despeço

Do Amor que tive,

Da Mulher que fui...

Visto meu Manto casual

E a que hoje sou,

Na calada da noite,

Retira o corpo do silêncio sepulcral.

O velho e o novo se reencontram

E surge outra mulher:

Uma nova Mulher

Com a certeza de que encontrou o que quer.

Contornando as montanhas

O rio segue seu curso.

Pode até mudar de rumo

Mas é sempre rio.

Contornei as esquinas abruptas da vida

Que tu me impuseste.

- Não aceito mais tuas condições!

E no Canto Gregoriano que se espalha

Renasce a Fênix

Coberta de Felicidade!

- Vou viver a vida!...

- Triste és tu que apenas sobrevives...

Pelotas, 12/fevereiro/2012

ESPERANÇA
Enviado por ESPERANÇA em 09/04/2012
Código do texto: T3602547
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