"a primeira namorada"
Quanta ingenuidade... despreparo e falta de assunto!
Uma formosura de moça; educada e olhos brilhantes, apostou nisso:
Um rapazinho sem futuro deslocado n´uma sociedade crescente capitalista;
Respirando sua primeira paixão: um alimento para a alma.
Encontrávamos sempre aos domingos após a missa;
Que longa, não passava...
Aguardava feliz o momento em que o padre sugeria: “saudemos uns aos outros”...
O fazia rapidamente – uns três ou quatro irmãos – e partia em direção da porta de entrada.
Até ela se desvencilhar dos pais, alguns maus minutos, perdia...
Ao aproximar, meu coração batia tão forte, mas tão rápido, quase sufocando-me;
Tentava-me controlar, em vão; suava... a boca ressecada...
Pensava no que falar... as idéias não afinavam e... suava!
Oi! Dizia ela.
Respondendo com voz rouca e apaixonada um “oi” de uma felicidade!
Olhávamos por instantes e beijando os dois lados das faces; desejávamos.
Sentávamos n´um banco da pracinha da igreja e arriscava algum assunto.
Orgulhoso comigo mesmo de está ali com minha namoradinha;
Suas mãos aquecidas, temperava as minhas ainda geladas e tímidas.
O desejo de abraçá-la e sentir aqueles lábios macios, era quase incontrolável;
Tenho a impressão que ela sentia meu coração loucamente explodindo.
Por fim... nada mais ao nosso redor tinha importância; selávamos a paixão...