Pedra Viva

Construtor de castelos, minguado

Levava na mochila seu fardo

Viajava por terras estranhas

E sentia saudades medonhas

Não podia evitar serviço

Nem tampouco dar sumiço

Aos pagadores se curvava

Sentia o peito doído

Por não ser compreendido

Pela amada que esperava

E na caixa de correio

Dia a dia dor que veio

Em galope bem rasante

E cravava em si estigma

De merecer dor maligna

Que flagela a cada instante

Mas por que cargas d'água

Se culpava desse jeito

Se ao dormir chorava

Só lembrando do seu leito?

Não se explica o ser humano

Nem a dor que a carta fita

Se ela aguentou um ano

Vai ver então que já não liga

Mas ele acreditava

De teimoso ou de burro

Que o amor que o esmagava

Não cairia com um murro

Espera morena, pensava

São só datas, nada mais

Nem o mundo separava

O que o amor atou a lais

(Gabriel Holanda)

Gabriel A H
Enviado por Gabriel A H em 08/04/2012
Código do texto: T3601573
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