Mãos Bailarinas
Sobre o teclado do piano,
Duas dançarinas dão o tom do entardecer,
Multiplicando o colorido, vivenciando o belo,
Tatuando em baixos e contrabaixos
A leitura do olhar, a luz em seu adormecer!
Rumando ao desconhecido,
Envolvo-me pelo citar da melodia
Deixando que a suavidade das sapatilhas
Ditem a próxima palavra estendendo o verbo
Até os confins do soneto, da estrofe etérea!
Com a alma melancólica,
Sirvo na taça o vinho que sangrou dos parreirais
Dando a lágrima minha face, ao papel minha letra
Urgindo pelos agudos do silêncio
Pairando singular como a seda ainda sobre o lençol!
Entre as linhas da poesia,
Sorvo-me em lamentos e dilemas
Oriundo de outros versos, dogmas
Entregues pelo destino que os regou
Com o amor escrito em cada estrela,
Em cada luar!
Auber Fioravante Júnior
08/04/2012
Porto Alegre - RS