Escrivaninha
Gostaria de pegar uma camisola antiga,
De me vestir feito um anjo que cai do céu
De estar sentada em uma cadeira branca antiga,
De uns cem anos
Podendo escrever o que eu penso
Deixando de lado as prepotências
Amando cada gota que cai do céu
Desejando ser tão fiel quanto uma mãe
Querendo ser assim pra sempre
Ter um lugar só diferente
Pra viver sem ter medo de crescer
Aproveitando pra mais me ver
A grama hoje está macia
Feito um travesseiro de plumas
O dia hoje está brilhante
Feito um sol sem nuvens
Desperto pro começo de alegria
Desvio os maus presságios dos outros
Aprendo que se deve estar com os olhos atentos,
E os ouvidos sempre alerta
Por que ainda pode me desestabilizar
Pros horrores de um luar sem noite
Ao menos a vida segue seu curso legítimo
De onde não se pode parar.