Quando um guerreiro escreve versos
Deixe a porta aberta se acredita ainda me ver ao longe
A esperança me acompanha na ida e sobrevive à volta
por vontade de Deus.
Não prometo tudo no futuro, mas de algum jeito estarei lá.
Se seu coração ainda arder quando ouvir meu nome
reserve o calor em nosso leito
Sabe que não sou de doces despedidas
mas de ensolaradas chegadas.
Triste é que as mãos que afagam seus cabelos
são as mesmas que espalmam em sangue.
Os lábios que bebem dos seus
são os que bradam fúria.
Os braços que aquecem seu corpo
são também para manejar uma fria arma.
Quisera ser a última guerra para que meu
coração não se perca dessa vez
Já é por demais cruel deixar seu olhar de lágrimas
por rostos feridos.
Mas cada ida é um amor que se sente mais
Cada volta uma paixão saudosa que nasceu.
Aprendi a não temer a vida, muito menos a morte.
Nego ter medo de qualquer coisa ao mundo.
Não escondo de você meu temor de perdê-la.
Deixar que outros te abracem ou
desvanecer de seu coração.
Mas quem sou para evitar?
A vida é uma folha e um dia cairá.
Importa sempre a volta
o momento, a trégua.
Esqueça o que foi ou será.
Estar com você, nos minutos que restam,
são eternidades.
Homem de poucas palavras eu sou
quando a guerra grita à minha frente.
Homem de palavras quando com você.
Espere por mim enquanto seu coração disser
Mas se souber que não bradarei o seu nome
Se o silêncio da casa
denunciar minha ausência
Guarde consigo o que falei.
Guarde consigo o que passamos juntos.
Guarde os dias bons e ruins até.
Pois que de um jeito ou de outro, nos veremos.