Quando um guerreiro escreve versos

Deixe a porta aberta se acredita ainda me ver ao longe

A esperança me acompanha na ida e sobrevive à volta

por vontade de Deus.

Não prometo tudo no futuro, mas de algum jeito estarei lá.

Se seu coração ainda arder quando ouvir meu nome

reserve o calor em nosso leito

Sabe que não sou de doces despedidas

mas de ensolaradas chegadas.

Triste é que as mãos que afagam seus cabelos

são as mesmas que espalmam em sangue.

Os lábios que bebem dos seus

são os que bradam fúria.

Os braços que aquecem seu corpo

são também para manejar uma fria arma.

Quisera ser a última guerra para que meu

coração não se perca dessa vez

Já é por demais cruel deixar seu olhar de lágrimas

por rostos feridos.

Mas cada ida é um amor que se sente mais

Cada volta uma paixão saudosa que nasceu.

Aprendi a não temer a vida, muito menos a morte.

Nego ter medo de qualquer coisa ao mundo.

Não escondo de você meu temor de perdê-la.

Deixar que outros te abracem ou

desvanecer de seu coração.

Mas quem sou para evitar?

A vida é uma folha e um dia cairá.

Importa sempre a volta

o momento, a trégua.

Esqueça o que foi ou será.

Estar com você, nos minutos que restam,

são eternidades.

Homem de poucas palavras eu sou

quando a guerra grita à minha frente.

Homem de palavras quando com você.

Espere por mim enquanto seu coração disser

Mas se souber que não bradarei o seu nome

Se o silêncio da casa

denunciar minha ausência

Guarde consigo o que falei.

Guarde consigo o que passamos juntos.

Guarde os dias bons e ruins até.

Pois que de um jeito ou de outro, nos veremos.

Renan Moraes
Enviado por Renan Moraes em 07/04/2012
Código do texto: T3598843
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