CACTOS DA ALMA
CACTOS DA ALMA
Os cactos da alma,
Espinham, provocam dor,
Mas o clamor ao amor
Que espia, também refugia.
O sangue corre nas artérias
Como correm os rios,
Recebem córregos de veias
E cheias pulsam vasos do coração.
Ele sem ilusão, mas insistente,
Veste uma grande paixão
Sai do medíocre lamento
Ao mais alto brado da emoção.
Os cactos que espinhavam
Não acarretam mais a dor
O sangue circula normal
Para navegar o amor.
Chegou manso e finalmente
Dissolvido em carinho,
Sai do pergaminho guardado
Para a vida real de sentimentos.