Canção de Cristal

Mergulhado no silêncio,

Me desnudo de qualquer artifício

Que não me leva à prosa com a poesia,

Oriunda de velhos refrões, retratos amiúdes

De um gostar sem preceitos, estros d’alma!

Enquanto metade de mim é sentimento,

A outra caminha entre as palavras

Colhendo das pinturas, das pétalas,

O orvalho vestido de carinho oriundo

Dos belos anversos do outrem!

Encouraçado pelo tempo,

Meu verso é a resposta do coração

Expondo-me em prantos pequenos,

Lágrimas falantes que andam pelo chatô

Erguido no centro do jardim!

Consumido pela poética,

Entrego-me de corpo e alma

Ao sempre dilatar da luz,

Disseminando verbos conjugados no amor

Intuídos do porto solidão!

Auber Fioravante Júnior

05/04/2012

Porto Alegre - RS