Canção da névoa

Fico deitado sobre o chão da sala

Ouvindo o estalo das goteiras nos beirais

Enquanto a chuva levemente cala

Sua balada pelas noites invernais.

A névoa desce inundando a rua

E transmutando a cidade, mais e mais,

Iluminada pela luz da lua

Nessas poéticas noites fantasmais.

As horas vão ficando ali paradas,

Feito um barco dormindo em pleno mar,

Inundado nessa solidão sem fim...

E eu espero pela luz das alvoradas

Beijando a noite que não quer levar

Esses fantasmas que chamam por mim.